collab Ivan Pepeliascov
É uma situação que todos os frequentadores de academias já encontraram antes e inevitavelmente enfrentarão novamente. Você acabou de terminar outra banheira de pré-treino e é hora de comprar uma nova. Agora, você pode continuar usando a mesma marca velha e desgastada de pré-treino que tem usado nos últimos meses, mas você azedou o sabor e não parece ter o mesmo “pop”. ” Costumava.
Então, em vez de se forçar a dobrar ou triplicar o mesmo produto para obter algum efeito perceptível, por que não gastar alguns minutos pesquisando uma opção superior?
Parece fácil, não é, basta ir à sua loja de suplementos local ou acessar seu revendedor de internet favorito e escolher um. O problema é que existem literalmente milhares de opções para você escolher ao selecionar um pré-treino, e não faltam opções mal formuladas e superfaturadas esperando para roubar seu dinheiro suado.
É aí que entra este artigo. Mais à frente, você descobrirá por que a maioria dos outros produtos no mercado não fazem o que um pré-treino deveria fazer (melhorar seu desempenho) e quais são alguns ingredientes “obrigatórios” que você deve procurar da próxima vez que você for gastar um pouco de dinheiro em um novo aprimorador de desempenho.
Aahhhhh… Pré treino !!!
Mais força… mais foco… aquele “tuim” na mente para ficar ligadão/ligadona levando você a treinar dando o seu melhor!!!
Um das principais substâncias que o um pré treino bom tem que ter para que tudo isso aconteça é uma substância que ocasione um maior acesso de princípios ativos na musculatura , ou seja, uma vasodilatação. Ela é ocasionada principalmente pela formação de um gás, o famoso óxido nítrico (NO).
O NO é um gás solúvel, onde sua síntese acontece em macrófagos, em certos neurônios do cérebro e também em células endoteliais. Ele atua provocando efeitos biológicos sendo alguns deles a biogênese mitocondrial, angiogênese, vasodilatação, captação de glicose e manipulação de Ca+ pelo retículo sarcoplasmático. Se visualizarmos estes efeitos dentro de uma atividade física vemos a grande valia do mesmo já que encontramos efeitos positivos sobre a resistência a fadiga, eficiência no ato da prática do esforço físico melhorando consequentemente a performance.
Sua produção ocorre no ciclo do NO, onde sua síntese é feita pela enzima óxido nítrico sintase através da arginina. Esta por sua vez, pode estar presente também no ciclo da ureia onde a ação da enzima arginase a transforma em ureia. Visualizando em sentido reverso das reações, em ambos os ciclos (clico do NO e clico da ureia), a arginina é formada a partir do arginossuccinato pela enzima arginosuccinato liase. O arginossuccinato provem da citrulina através da condensação da mesma pela enzima arginosuccinato sintase. No ciclo do NO não existe mais reações, porém no cliclo da uréia a citrulina é sintetizada pela enzima ornitina carbamoiltransferase usando a ornitina. Esta por fim é formada quando a arginina é usada na formação da ureia pela enzima arginase.
BINGO!!! VAMOS ENTÃO SUPLEMENTAR COM OS PRINCIPAIS AMINOÁCIDOS EM QUESTÃO (ORNITINA, CITRULINA E ARGININA)!!! VAMOS MANIPULAR TUDO JUNTO QUE “É SÓ SUCESSO”!!! Só que não né pessoas!!!
O que muitos esquecem é de observar o sítio de absorção dos aminoácidos. A arginina e a ornitina competem pelo mesmo sítio atrapalhando um a absorção do outro. A citrulina não possui competição com estes, sendo uma ótima escolha sua associação tanto com a arginina quanto com a ornitina. Outra opção para o aumento da produção endógena de NO sendo associado ou não aos outros aminoácidos é a suplementação do aminoácido norvalina, o qual inibe a enzima arginase proporcionando maior disponibilidade de intermediários do ciclo da ureia, aumentando a quantidade disponível de arginina e consequentemente da produção de NO.
Tomando por base tudo essa situação, um pré treino bom respeita a bioquímica onde nós mostra a situação no sítio de absorção. Então, em sua composição irá ter arginina sozinha ou associada a citrulina e não a ornitina. E a norvalina!? Nunca a observei em uma composição de um pré treino!! É algo a se pensar.
Por fim, fiquem espertos e espertas e confiram a tabela nutricional do produto, afinal conhecimento é poder!!!
LEHNINGER, Albert; NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7. ed. São Paulo: Artmed, 2018. 1312 p. ISBN 978-8582715338.
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